A história dos Hebreus é narrada na Torá (livro sagrado do Judaísmo) e no chamado Velho Testamento, uma das partes que compõe a Bíblia (livro sagrado para os cristãos).
De acordo com essas narrativas religiosas o patriarca Abraão, teria migrado de Ur na Mesopotâmia para a Palestina, teve o seu filho Isaque, que gerou filhos gêmeos, um era Esaú, que deu origem a outro povo, e o outro foi Jacó. Dos filhos de Jacó originaram as doze tribos, que se estabeleceram nas regiões da Palestina. Mas devido a grande seca que assolava a região em 1750 a. C, eles migravam para Egito, país que desfrutava de fartura e de uma boa administração.
Nas terras egípcias, desempenhavam funções variadas que iam de cargos simples a cargos públicos importantes, até que com a mudança de dinastia começaram a ser perseguidos e escravizados. Durante o cativeiro no Egito eles mantiveram os seus costumes e a sua fé, mas precisavam de um líder para coordenar a operação de libertação, surge então Moisés, que sob dura resistência faraónica e sob a orientação de Deus, consegue a liberdade.
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A saída dos hebreus do Egito rumo a chamada Terra Prometida ficou conhecida como Êxodo, e durante este retorno Moisés recebe as Tábuas da Lei, que ordenavam a vida social, moral, ética e espiritual do povo hebreu. Através deste código, surgem as bases para o Judaísmo, a primeira religião monoteísta do mundo, que atrelado a cultura, a língua, e os costumes formavam a identidade hebraica.
Depois da morte de Moisés, o seu sucessor Josué, hábil chefe militar e estrategista, assume a liderança e os hebreus conquistaram a tão sonhada terra prometida, depois de aproximadamente quarenta anos no deserto e sucessivos conflitos. O território foi divido entre as doze tribos e lideradas por juízes que exerciam as funções de chefes militares e políticos.
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Esta formação durou até aproximadamente o ano 1000 a. C, quando houve a unificação de todas as tribos formando o Reino de Israel, tendo Saul como primeiro rei. Durante o reinado de Saul, houve conquistas militares, mas constantes derrotas, isto fez com que o monarca perdesse apoio, principalmente por parte do povo, e diante de uma empreitada fracassada contra os Filisteus, ele comete suicídio.
Após a morte de Saul, quem assume o trono é Davi, homem popular e fiel aos costumes hebraicos. Durante o seu reinado ele expulsou os Filisteus da Palestina, elegeu Jerusalém como capital política e religiosa de todo o Reino de Israel, e criou as doze províncias baseadas nas tribos hebréias.
Com a morte de Davi, o seu filho Salomão assume o trono israelita, e as mudanças efetivadas pelo monarca levou o Reino de Israel a uma fase de esplendor. Ele fortaleceu o poder criando uma administração organizada e eficiente, promoveu a expansão do comércio, fez acordos com outros povos e construiu edificações, entre elas o Templo de Jerusalém ou Templo de Salomão.
Depois da morte de Salomão, o reino iniciaria uma fase de decadência que duraria milénios. Houve conflitos entre as tribos, que já divergiam em muitos aspectos, e o reino foi divido entre o Reino do Sul e o Reino do Norte.
O Reino do Norte liderado por Jeroboão foi formado a partir das dez tribos do norte e a sua capital Samaria. O Reino do Sul foi formado a partir das tribos de Benjamim e Judá, a sua capital em Jerusalém, tendo como líder Roboão, filho de Salomão. Essa divisão enfraqueceu os dois reinos e ambos foram dominados.
A divisão territorial do Reino do Sul e do Reino do Norte |
Em 722 a. C o Reino de Israel foi tomado pelos assírios, e os israelitas são levados para cativeiros em seus territórios, mas com a mistura entre os diversos povos cativos, houve um assimilação cultural e os hebreus do norte perderam a sua identidade hebraica. Em 587 a. C, o Reino do Sul é dominado por Nabucodonosor, rei da Babilônia. Neste episódio o Templo de Jerusalém foi destruído e os habitantes se tornaram escravos e muitos judeus, principalmente os mais jovens e instruídos foram levados para a Babilônia num evento conhecido como o "Cativeiro da Babilônia", que duraria até 538 a. C.
Ciro I, o Grande, conquista a Mesopotâmia em 539 a. C, com isso os judeus e israelitas ficam sob o domínio persa e são autorizados a voltar para Jerusalém e gozar de liberdade, desde que pagassem os tributos, e neste retorno reconstroem o Templo de Jerusalém. Os hebreus ainda sofreriam com a dominação macedônica, por Alexandre, o Grande em 332 a. C. E em 63 a. C seriam dominados pelos romanos.
Frente a dominação romana os grupos nacionalistas hebreus resistiram ocasionando na primeira revolta contra os romanos ( entre 69 d. C a 70 d. C ) e na segunda revolta (entre 132 a 135 d. C). As consequências da resistência não foram favoráveis, pois em 135 d. C, foram expulsos de Jerusalém, e passaram a viver espalhados em pequenas comunidades, este episódio ficou conhecido como a Diáspora dos judeus.
Frente a dominação romana os grupos nacionalistas hebreus resistiram ocasionando na primeira revolta contra os romanos ( entre 69 d. C a 70 d. C ) e na segunda revolta (entre 132 a 135 d. C). As consequências da resistência não foram favoráveis, pois em 135 d. C, foram expulsos de Jerusalém, e passaram a viver espalhados em pequenas comunidades, este episódio ficou conhecido como a Diáspora dos judeus.
Mesmo espalhados e perseguidos por várias partes do mundo, os judeus mantiveram a unidade cultural, na língua, religião e costumes. Somente em 1948, depois de séculos de dispersão, retornaram ao seu antigo território, com a criação do Estado de Israel, decretada pela Organização das Nações Unidas - ONU, mas iniciaram um novo conflito, agora com os palestinos que habitavam o território há séculos. Esta guerra na Palestina está longe de terminar, pois há o interesse de potências mundiais nos territórios do Oriente Médio.
Jael Ferreira
Licenciado em História pela Universidade do Estado da Bahia
Especializando em Ciência da Religião pela Faculdade Dom Alberto
Imagéticas:
Mapa da saída dos hebreus e travessia do Mar Vermelho. Disponível em: http://jesuseeuamor.blogspot.com/2011/09/mapas-biblicos.html Acesso em: 23 de março de 2020.
Mapa com a divisão territorial do Reino do Sul e do Reino do Norte. Disponível em: http://jesuseeuamor.blogspot.com/2011/09/mapas-biblicos.html. Acesso em: 24 de março de 2020
Bibliográficas:
AZEVEDO, Gislaine Campos; SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento: ensino médio. São Paulo, Ática, 2010.
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myrian Becho Mota. História: das cavernas ao terceiro Milênio. 2 ed.- São Paulo: Moderna, 2010.
PETTA, Nicolina Luíza de; OJEDA, Eduardo Aparício Baez. Coleção Base: História: uma abordagem integrada. 1 ed. São Paulo: Moderna, 1999.